quarta-feira, 29 de maio de 2013

Aprendendo a navegar V



Vá limpar a sua boca e volte aqui. A viagem ainda vai ser longa!

Com essas palavras Ragnar tentava fazer seu filho, Ragnarson, se levantar para continuar a aprender os segredos do mar, assim como seus ancestrais fizeram um dia. Porém, com o balançar incessante do barco, estimulado pela ventania que profeciava a vinda de uma tempestade, Ragnarson não conseguia permanecer de pé, e de minuto em minuto, reiniciava o ritual de vômito constante.
  
Essa não era a primeira vez que Ragnarson viajava no barco de seu pai. Eles, junto com a tripulação, já haviam ido para diversos lugares comercializar riquezas que ajudariam sua família e seus companheiros a manter os negócios fortes, diferentemente dos antigos dinamarqueses, que aterrorizavam os lugares por onde passavam matando e destruindo.
         
Porém, nos últimos meses, os vikings tem sido procurados, com cada vez mais frequência, para escoltar nobres até suas terras de origem, e isso tem sido uma fonte de boas rendas para o seu povo. Afinal de contas, viajar pelos mares sem proteção é quase um suicídio nesses tempos, pois piratas dos mais diferentes destinos se reúnem para conseguir riquezas fáceis.
       
Nessa viagem em especial, seu pai disse que eles teriam de ir até Constantinopla, pois a marinha imperial estava contratando muitos dos seus descendentes para trabalhar como suporte militar e, provavelmente, teriam que ficar lá e estabelecer uma área fixa para sua família. Então, Ragnar reuniu todos os membros para a viagem, o que incluía sua mãe, Sonja, seus irmãos, Brida e Ravn, além de seu séquito.
       
Por ser o mais velho e já estar em idade de aprender a navegar, Ragnarson acompanhava seu pai, o capitão do barco, por todo o convés. Ou pelo menos durante o espaço de tempo que não estava vomitando. Mas Ragnar sabia que aquela aflição do filho teria fim. Com os dias passando, eles se acostumaria com as movimentações do mar e, assim, poderia começar a se portar como um futuro capitão viking.



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