quarta-feira, 29 de maio de 2013

De volta ao mar

Após tantos anos na presença de Vasti, somente duas coisas o surpreendeu: o dia em que os pais dela disseram que precisariam retornar a Constantinopla, pois já havia se passado mais de dois anos e necessitavam retornar a corte real e a segunda vez:
- “Venha conosco! Saberemos como lhe agradecer por tudo o que fez por nossa filha! Sabemos que a trata com muito carinho! Não queremos separar vocês! Ela também o adora. Tem vezes que meu marido tem ciúme, pois Vasti pergunta por você”, a mulher concluiu com risos.

O marido com a cara desajeitada complementou:
- “Não se preocupe, não há do que temer! Falaremos com o Imperador! Ele com certeza precisará de um novo e bom médico, afinal, os de Constantinopla já estão ficando velhos e esquecidos!”.
 
-“Além disto, o senhor poderá continuar com sua caridade! Temos um excelente hospital no centro e terá abrigo e comida! Você terá direito a outras regalias e sem esquecer que ficará sempre em contato com Vasti” -finalizou a mãe com um sorriso no rosto e um olhar esperançoso.

“Ir a Constantinopla fará com que me separe de meus velhos pais. Mas em contrapartida, terei Vasti ao meu lado e um hospital inteiro com novos pacientes e outras doenças. Talvez outros casos de Vasti se manifestem por lá. Talvez já existam outros casos!”, pensou Gundeico.

O mais difícil de tudo era deixar seus pais. Por outro lado, não seria nobre de sua parte pedir para que eles o seguissem. Estavam prosperando cada vez mais nos negócios, tinham amigos fiéis e seus escravos os tratavam com muito respeito, paciência e amor. Coisa rara naquele tempo. 

Gundeico não pode resistir à busca de seu conhecimento. Cairia novamente no mar e essa foi a única boa novidade que seu pai ouviu. Sua mãe chorou dias sem parar até a despedida no porto. Não seria a ultima vez que os veria. E sempre que pudesse, voltaria para visita-los ou mandar notícia! Eles o amavam e o compreendia. 
  

 Farol de Alexandria

Grande parte da cidade foi ao porto ver o quase santo embora. O choro e tristeza eram multiplicados por todos os que iam se aproximando dele. Gundeico levantou a mão e saudou a todos. Sentiu o coração apertar, mesmo com Vasti em seu colo enquanto cruzava o farol de Alexandria.


3 comentários :

Hugo Marcelo disse...

Sailing to Byzantium

THAT is no country for old men. The young
In one another's arms, birds in the trees
- Those dying generations - at their song,
The salmon-falls, the mackerel-crowded seas,
Fish, flesh, or fowl, commend all summer long
Whatever is begotten, born, and dies.
Caught in that sensual music all neglect
Monuments of unageing intellect.

An aged man is but a paltry thing,
A tattered coat upon a stick, unless
Soul clap its hands and sing, and louder sing
For every tatter in its mortal dress,
Nor is there singing school but studying
Monuments of its own magnificence;
And therefore I have sailed the seas and come
To the holy city of Byzantium.

O sages standing in God's holy fire
As in the gold mosaic of a wall,
Come from the holy fire, perne in a gyre,
And be the singing-masters of my soul.
Consume my heart away; sick with desire
And fastened to a dying animal
It knows not what it is; and gather me
Into the artifice of eternity.

Once out of nature I shall never take
My bodily form from any natural thing,
But such a form as Grecian goldsmiths make
Of hammered gold and gold enamelling
To keep a drowsy Emperor awake;
Or set upon a golden bough to sing
To lords and ladies of Byzantium
Of what is past, or passing, or to come.

William Butler Yeats

Camila Numa disse...

=~~~~}

Isso tá virando filme!
Vamos já procurar um diretor!
Rá!

Hugo Marcelo disse...

Acho que a riqueza desses personagens, um filme é pouco. Precisa ser uma mini-série... HEHEH

Hugo Marcelo