Sentado à beira do Mar Negro com seu pai, Ragnarson aprende
um pouco mais sobre as vontades do vento e, de quebra, descobre algumas
histórias de seus antepassados.
– Já lhe falei. Você precisa conhecer a água e o vento para
entender como um barco funciona – disse Ragnar, insistindo para que o filho
mantivesse a atenção.
– Eu sei pai. Só não consigo entender porque ficar o dia
inteiro olhando para o mar pode me ensinar alguma coisa.
– Você deve saber que o vento e a luz nunca vão lhe
obedecer. Suas vontades são próprias e, no momento em que você mais precisar
deles, eles lhe abandonarão. Por isso, você deve saber identificar suas reações
para saber como conduzir seu barco.
– Mas para isso, meu pai, podemos pagar. É só chamar uma
pessoa que entende de navegação. Torná-lo-ei meu capitão e viverei
tranquilamente nos mares.
– E se ele ficar doente durante a viagem? E se ele morrer?
Ou pior, se ele o trair? Quem irá conduzir o SEU barco, Ragnarson?
– Ahhh... É...
– Você é descendente de Ragnar Lothbrok, o Conquistador.
Você sabe o que ele fez, não?
– Ele foi... ahn... um conquistador?
– Muito mais do que isso. Ele foi a raiz de todas as nossas
vitórias. Foi ele que levou nosso povo da Suécia e da Dinamarca para o oeste,
conquistando grande parte do reino da Inglaterra. Ele foi o capitão não apenas
do seu próprio barco, mas de todo o nosso povo. Para isso, ele precisou
conhecer o mar e seus segredos, além de ter muita coragem.
– Porque coragem, pai?
– Ninguém se atrevia a navegar para tão distante. Primeiro
que os barcos não suportavam muita distância. Segundo que não sabiam se
realmente existiam terras para lá. Para isso, ele desenvolveu um barco que
conseguisse chegar onde queria e também descobriu um modo de navegar usando a
orientação do sol.
Ragnarson ainda tentaria resistir aos argumentos do pai,
mas, conforme as histórias de seu antepassado, Ragnar Lothbrok, iam surgindo,
ele se convencia que muitos desafios estavam reservados para si próprio.
Um comentário :
Grande Laredo,
Aos poucos a história de Ragnar vai sendo forjada.
Percebe-se que está assumindo o legado de seus antepassados.
Att,
Hugo Marcelo
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